Registro de casos de tuberculose na população privada de liberdade em um presídio do norte de minas, 2023

Resumo

Objetivo: Detectar a ocorrência de tuberculose em um presídio do norte de Minas, no ano de 2023. Materiais e Métodos: Trata- se de um estudo quantitativo, com abordagem epidemiológica descritiva, realizado pela equipe da vigilância epidemiológica de Janaúba. A população do estudo foi composta por PPL do Presídio de Janaúba, Minas Gerais. O município está localizado na região norte do estado. Possui apenas um presídio que tem capacidade para 160 detentos, mas, na atualidade, conta com 350. Os instrumentos de dados foram o Sistema de Informação de Agravo de Notificação e o Gerenciador de Ambiente Laboratorial, para levantamento dos casos registrados em 2023. Com base no levantamento de dados, foi realizada busca ativa que se iniciou na ala onde foi registrado o último diagnóstico, em maio de 2023 nos detentos com sintomas respiratórios, sendo coletadas 92 amostras entre os dias 28 a 31 de maio. Por se tratar de dados secundários, não houve necessidade de apreciação do comitê de ética. Resultados: Durante o ano de 2023, foram diagnosticados quatro detentos com tuberculose, sendo dois diagnosticados após passarem pelo estabelecimento prisional e dois ainda reclusos. Acendeu-se um alerta quanto ao elevado número de diagnósticos em relação aos anos anteriores. Fez-se necessária a comunicação com o gestor, com as referências técnicas de tuberculose da Superintendência de Saúde de Montes Claros e equipe de saúde do presídio para alinhamento das ações de busca ativa o mais hábil possível, a fim de prevenir a transmissão e tratar aqueles que assim necessitavam. Dessa forma, das 92 amostras coletadas, um detento teve diagnóstico detectável para tuberculose. Este se encontra em tratamento. Conclusão: A transmissão de enfermidades contagiosas constitui um sério risco não apenas aos reclusos como também a seus contatos e à comunidade em que serão inseridos após seu processo de liberdade. Os resultados desta pesquisa levam à reflexão sobre a necessidade de melhoria na qualidade do cuidado prestado e a considerar que se, continuar o crescimento acelerado da PPL, e não houver estratégias específicas no contexto prisional e tratamento dos fatores de risco para o adoecimento da tuberculose, será difícil pensar no fim dessa doença.