A descentralização da testagem para infecções sexualmente transmissíveis, com capacitação das equipes da atenção primária à saúde
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde. Descentralização., Infecções Sexualmente Transmissíveis., Prevenção de Doenças.Resumo
Objetivo: Relatar o processo de descentralização dos testes rápidos (TR) para as unidades da Atenção Primária à Saúde, no município de Montes Claros, MG. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo na modalidade relato de experiência, vivenciado pela equipe do Serviço de Assistência Especializada (SAE)–Ampliado. O processo de descentralização dos testes de IST em Montes Claros iniciou-se em 2014, precedido por várias reuniões da equipe do SAE, Vigilância Epidemiológica e Coordenação da Atenção Primária à Saúde para planejamento das ações, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde (MS). Inicialmente foi elaborado um plano de curso/capacitação dividido em duas etapas: 1) Teorização sobre as IST e aconselhamento; oferecida a um grupo maior de profissionais; 2) Prática sobre a técnica de coleta dos testes rápidos, realizada no CTA, em pequenos grupos. Posteriormente, a parte teórica foi substituída pelos cursos da Plataforma Telelab, por orientação do Ministério da Saúde. Durante a prática, além da avaliação da aptidão para a execução dos testes rápidos, aspectos sobre a garantia do sigilo, confidencialidade e aconselhamento eram discutidos. As capacitações seguiram um cronograma e iniciaram pelas equipes que já possuíam estrutura mínima (geladeira). Resultados: De 2014 a 2022, foram capacitados e certificados pela equipe do SAE, 100% dos enfermeiros e técnicos de enfermagem das equipes de Estratégia Saúde da Família do município. Alguns médicos também participaram da capacitação, porém em proporção bem menor. Após o período de capacitação, os testes foram dispensados através de solicitação via link, criado na plataforma google forms, distribuídos para as unidades e monitorados pela equipe do SAE através de visitas técnicas aleatórias. Atualmente, 98% das unidades de ESF realizam os TR e o aconselhamento para as IST. Conclusão: Entende-se a descentralização dos testes rápidos como uma estratégia fundamental para o controle das IST, no entanto, precisa de acompanhamento e monitoramento contínuos para manter a motivação da equipe e qualidade do serviço. Durante o processo, foram identificados fatores facilitadores da descentralização, como: sensibilidade dos profissionais em relação aos dados epidemiológicos; perspectiva de trabalho segundo princípios do SUS e da saúde da família. Entre os aspectos que dificultaram o processo estão: equipes incompletas e rotatividade de profissionais; desconfiança em relação ao teste rápido; percepção de sobrecarga de trabalho; inseguranças relacionadas ao aconselhamento e comunicação diagnóstica.
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