Implantação da aplicação de benzilpenicilina benzatina em serviço de assistência especializado ampliado e matriciamento do processo de trabalho para as equipes da estratégia de saúde da família em um município norte-mineiro do Brasil
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde., Descentralização., Infecções Sexualmente Transmissíveis., Penicilina G Benzatina., Sífilis.Resumo
Objetivo: Relatar a experiência de implantação da administração da penicilina G benzatina no Serviço de Assistência Especializada (SAE) e processo de matriciamento para as UBS’s da Atenção Primária à Saúde, na cidade de Montes Claros-MG, Brasil. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo na modalidade relato de experiência. A partir da necessidade e urgência de se estabelecer estratégias para o controle da sífilis adquirida, gestacional e congênita em Montes Claros e, para atender à recomendação do MS, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio de uma parceria do setor de vigilância epidemiológica e da atenção primária à saúde, deu início, no ano de 2021, ao processo de implantação da administração da penicilina G benzatina nas UBS’s do município. Inicialmente, foram realizadas reuniões intersetoriais para definir a estrutura mínima para a realização do procedimento com segurança, como disponibilidade de medicações e dispositivos para uso em caso de reações adversas à medicação, cilindro e máscaras de oxigênio, entre outros. Além disso, definiu-se a necessidade de treinamento sobre atendimento de urgência pré-hospitalar e técnica ventroglútea de administração de medicação para os profissionais de saúde das equipes. Primeiramente, em setembro de 2021, como “projeto-piloto”, deu-se início às aplicações da medicação no SAE, após capacitação da equipe. Com a constatação do sucesso da implementação do serviço, em 2022, foi iniciado o processo de descentralização para as equipes de Estratégia Saúde da Família. Resultados: Até maio de 2023, cerca de 90% das unidades da Atenção Primária à Saúde encontravam-se equipadas e capacitadas para administração da medicação na região ventroglútea e para prestar atendimento de urgência até a chegada da equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). No entanto, por questões inerentes ao processo de trabalho e ainda por resistência e insegurança na administração da medicação, por parte de alguns profissionais, das 142 equipes, 112 (78,8%) realizam, atualmente, a administração da penicilina. Ressalta-se ainda que, até a presente data, não foi registrada a ocorrência de reações adversas graves. Conclusão: Reitera-se a importância da administração da penicilina G benzatina nas UBS’s como medida facilitadora da adesão ao tratamento da sífilis e, consequentemente, do controle da infecção. Contudo, percebem-se alguns fatores dificultadores do processo, como a rotatividade de profissionais de saúde e a necessidade de capacitações continuadas. Apesar disso, acredita-se que essa estratégia terá impacto direto sobre a redução da transmissão da infecção, especialmente da transmissão materno-fetal.
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